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Congresso

Mercado ainda tem muito a aprender sobre blockchain

IFE   SMARTPAYMENTS   DIA        worldCafe

O blockchain dominou a manhã do primeiro dia do Smartpayments Congress, em Oeiras. Durante o debate foi possível perceber que o setor – e não só – está a ter as primeiras lições sobre as distributed ledger technology (DLT), das quais o blockchain é apenas um exemplo.

O primeiro dia do Smartpayments Congress centrou-se na inovação tecnológica mais discreta, em questões de segurança e de regulação que estão a contribuir para a mudança do sector. O blockchain dominou a primeira manhã deste encontro do sector e foi possível perceber que ainda há muito a aprender sobre as tecnologias DLT, das quais o blockchain é apenas um exemplo.

O Smartpayments Congress reuniu mais uma vez o setor dos pagamento no evento de referência e ao qual “vale sempre voltar”, como disseram vários participantes, oradores e expositores ao Smartpayment News.

 

“Estamos quase todos no mesmo patamar de desconhecimento da tecnologia”, disse Pedro Branco, diretor sénior de serviços financeiros na Glintt Portugal, um dos facilitadores do World Café sobre o tema, após a realização do mesmo. Este tipo de tecnologia ainda é demasiado recente, pelo que há ainda muita indefinição. De facto, Paulo Rodrigues Silva, da IBM Global Markets começou mesmo por dizer que “qualquer conversa sobre blockchain ainda começam com a confusão dos conceitos”. O responsável assinalou que o “blockchain suporta a bitcoin, mas que são duas realidades distintas”.

“Qualquer conversa sobre blockchain ainda começa com a confusão dos conceitos” Paulo Rodrigues Silva, IBM Global Markets

 

Por um lado, não se sabe qual será a tecnologia que irá prevalecer após este hype inicial, por outro ainda está muito associado à bitcoin. “O blockchain é muito mais que Bitcoin”, disse ao início da manhã do primeiro dia de congresso, Rui Serapicos, embaixador da Aliança Portuguesa de Blockchain. Sublinhando que não é o único protocolo distribuída (DLT) que existe, apontando mesmo outro protocolo – o Ethereum – como o ideal para múltiplas aplicações. Serapicos, após apresentar vários exemplos de aplicações do blockchain, sublinhou: “o blockchain não é a panaceia para todos os males” e que a tecnologia ainda não atingiu maturidade. Esta linha de pensamento foi consubstanciada por Pedro Branco que assinalou que “ainda não há uma ideia clara sobre a tecnologia DLT que irá sobreviver”.

O blockchain é a tecnologia subjacente à bitcoin, a mais famosa das criptomoedas, mas o blockchain pode suportar aplicações, no fundo ” a todos os setores e processos”, disse Rui Serapicos, embaixador da Aliança Portuguesa de Blockchain. “Não há algum setor que não tenha algum tipo de proveito a retirar da tecnologia. Banca, Telecomunicações, Seguradores, Retalho, Sustentabilidade, Utilities e Administração Pública são apenas alguns exemplos de setores que podem beneficiar não só da tecnologia, mas também de diferentes modelos de negócio”.

 

World Café: potencial, riscos e oportunidades

O primeiro dia do congresso foi também marcado pela realização de uma uma inovadora sessão “World Café“, onde se procurou encontrar respostas para as questões “Quais os riscos?”,  “Que oportunidades existem” e “qual o potencial para o negócio ao nível de rapidez, segurança e custos” de novas tecnologias como o blockchain e o IoT, cujas conclusões serão em breve divulgadas.  José Vicente, diretor adjunto do Millennium BCP, Fernando Braga, consultor e Pedro Branco, diretor sénior da Glintt Portugal, foram os facilitadores que permitiram a todos os presentes contribuir ativamente para a partilha de informação no congresso.

 

Para já já ficam algumas pistas: ao contrário da banca tradicional, que é alvo de cada vez mais processos de regulação, o blockchain vive fora do mercado regulamentado o que pode ser uma oportunidade. Outra oportunidade está relacionada com a possibilidade que a tecnologia nos dá de conhecer o cliente ou de se utilizar os sistemas distribuídos como alternativa à rede SWIFT. A DLT pode ser igualmente uma oportunidade para o mercado de capitais, através dos smart-contrats e da desmaterialização de múltiplos documentos.

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