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Zarph

Setor dos pagamentos deve adaptar-se à evolução tecnológica

VG PEDRO MOURATO GORDO

Como acontece em tantos outros sectores do mundo financeiro, também o dos pagamentos tem necessariamente de se acomodar às constantes evoluções da tecnologia e, de resto, é isso mesmo que tem vindo a acontecer.

Os desafios são a diversos níveis, desde a segurança, à comodidade de utilização ou à forma. A opinião é de Pedro Mourato Gordo que, em entrevista ao Smartpaymentsnews.com, falou desta e de outras temáticas associadas aos pagamentos.

 

O fundador e CEO da Zarph aproveitou ainda para revelar que a empresa está atualmente a trabalhar em novas soluções capazes de responder às necessidades dos atuais e potenciais clientes e a apostar em outros mercados além-fronteiras, prometendo novidades para breve em ambas as áreas.

Parceiro certificado pela SIBS para o MB WAY, por exemplo, a Zarph acredita que é no equilíbrio perfeito entre segurança e inovação que está um dos maiores desafios do sector e trabalha para garantir um feliz resultado neste campo.

 

Smartpaymentsnews.com – De que forma a Zarph se posiciona no mercado nacional?

Pedro Mourato Gordo – A Zarph é uma empresa tecnológica especialista em cash management, focada na criação de soluções de gestão de tesouraria e de sistemas de pagamentos que otimizam e maximizam processos, garantindo inovação, competitividade, alta performance e valor acrescentado aos nossos clientes e parceiros, tais como a José de Mello Saúde, a EMEL, a Brisa, a Barraqueiro Transportes, a ProCredit Bank, entre outros.

 

Nesse sentido, que tipo de oferta disponibilizam atualmente?

P.M.G. – Identificámos duas áreas de oportunidade para a criação de soluções desde a raiz: equipamentos de depósito de numerário e/ou cheques, e a área de pagamentos com cartão e/ou numerário. Nesta última, inclui-se o MB Way, sendo a Zarph uma empresa certificada pela SIBS para a implementação da aplicação de pagamentos através de smartphones.

 

Estas são as duas áreas de negócio mais relevantes, embora tenhamos outras vertentes que complementam as duas principais, como gestão de frotas, consultoria, entre outras.

Como atuam na gestão de tesouraria?

P.M.G. – Sobre gestão de tesouraria, a nossa ação assenta na produção de soluções positivas em cash management. Temos os nossos equipamentos e a plataforma web, que permite monitorizar todo o processo de fluxo do dinheiro, possibilitam proceder a uma gestão de tesouraria segura e eficaz das organizações, fatores essenciais para uma maior economia de tempo e recursos.

E no caso dos sistemas de pagamento?

P.M.G. – Os sistemas de pagamentos criado pela Zarph possibilitam um controlo mais eficiente de caixa e uma melhor performance do trabalho diário, através de módulos, terminais e quiosques de pagamento. Ainda neste campo, a Zarph é, como referi, um parceiro certificado da SIBS com soluções para sites, quiosques de pagamento, máquinas de vending e sistemas fechados, uma aplicação que constitui uma porta segura para o setor dos pagamentos.

Atualmente, posso adiantar que estamos a trabalhar em novas soluções nesta área e em breve iremos apresentar ao mercado as nossas propostas inovadoras.

Como caracterizam o mercado nacional nos sectores em que atuam?

P.M.G. – É um mercado um pouco fechado, numa primeira fase de abordagem há pouca abertura para mudanças de processo e para inovações tecnológicas, mesmo que melhorem os resultados e as prestações das equipas e organizações. Apesar de tudo existe mercado, e notamos isso quando apresentamos as nossas soluções em gestão de numerário e demonstramos o funcionamento da plataforma que monitoriza e automatiza os processos, de forma customizada e pensada para o funcionamento de cada organização.

Que grandes desafios apontam a este mercado e como será possível ultrapassá-los?

P.M.G. – Os grandes desafios deste mercado são o reposicionamento da banca de retalho, na medida em que querem tornar os seus balcões em centros de consultoria financeira e colocar as operações de tesouraria fora dos balcões; e também o modelo de negócio, onde o banco, as empresas tecnológicas e as empresas de transporte de valores terão que implementar um modelo que beneficie todos.

No caso do primeiro desafio de que fala…

P.M.G. – Quanto ao primeiro desafio que menciono, trata-se na verdade de uma oportunidade para as empresas de tecnologia poderem melhorar a sua oferta à banca, com soluções que aumentem a sua eficiência operacional, adicionando valor de duas formas: uma porque reduzem custos e outra porque permitirão executar tarefas que até então não eram realizadas. Um bom exemplo disto é o nosso módulo de pagamento com cartão, que oferece às empresas a possibilidade de, no final do dia, saberem exatamente o montante líquido recebido e as comissões pagas aos emissores dos cartões.

Em relação ao segundo desafio, acredita em fortes mudanças?

P.M.G. – Quanto ao segundo desafio, penso que iremos assistir a alterações no equilíbrio de forças entre os stakeholders o que significará a utilização de diferentes modelos de negócio.

Qual o vosso papel ao nível do sector da banca e pagamentos? Como se posicionam?

P.M.G. – A Zarph posiciona-se como uma empresa tecnológica que desenvolve soluções de gestão de tesouraria e sistemas de pagamentos cuja implementação melhora significativamente os processos de trabalho, neste caso do setor da banca, já que permite uma automatização e uma monotorização das ações realizadas por todos os elementos do processo.

A prova dessa mesma ação positiva reflete-se nos resultados que o nosso cliente alemão ProCredit Bank experimenta nas suas agências na Bulgária, Moldávia, Macedónia ou Colômbia em que, com a utilização dos equipamentos de gestão de tesouraria, conseguiu melhorar o seu fluxo de numerário e de rentabilização de recursos humanos nas agências, uma vez que não estão alocados a estas ações e podem ser colocado em outros serviços.

E que tipo de oferta têm neste sector específico para o mercado nacional?

P.M.G. – Além dos equipamentos de depósitos de numerário e/ou cheques, ou de pagamentos com dinheiro e/ou cartão, a grande mais-valia é a plataforma web, criada e desenvolvida de raiz pela nossa equipa de R&D, que permite uma monitorização em tempo real da circulação de informação de todas as operações.

O algoritmo criado, assim como as variantes que surgem de acordo com as necessidades de cada organização, acrescenta uma mais-valia em várias vertentes dos processos financeiros, cujo retorno é percebido pelas organizações em pouco tempo após a implementação, uma vez que a plataforma efetua a ligação entre cliente-banco-empresa de transporte de valores.

As soluções Zarph, criadas e desenvolvidas de raiz, podem ser implementadas de forma customizada, de acordo com as necessidades de cada organização, em cada área de negócio, tais como: banca, serviços financeiros, retalho, transportes, aeroportos, postos de combustível, unidades de saúde, hospitais, farmácias, administração pública, hotelaria, restauração, centros comerciais, universidades, entre outras.

Que grandes desafios encontram em matéria de pagamentos?

P.M.G. – O setor de pagamentos, como tantos outros no mundo financeiro, está a adaptar-se à constante evolução tecnológica, a diversos níveis, desde a segurança, a forma, diversidade e comodidade de utilização. Nesse sentido, a Zarph continua a estudar e a desenvolver novas formas de pagamento, mais evoluídas, práticas e que facilitem a vida das pessoas.

Estamos a trabalhar em novas soluções, capazes de, percebendo as necessidades dos atuais e potenciais clientes, e igualmente os clientes dos nossos clientes, serem uma solução válida, capaz de satisfazer as novas e crescentes necessidades, nomeadamente ao nível da digitalização da banca e serviços integrados.

Um exemplo desta nossa forma de abordar o mercado foi o investimento que fizemos no novo meio de pagamento MB Way.

Estas soluções de pagamento automático permitem melhorar o serviço ao cliente, otimizar o controlo de caixa, reduzir o número de horas de trabalho, aumentar as vendas e introduzir programas de fidelização através da gestão de cartões próprios.

A inovação versus a segurança é tema sempre premente neste sector. Que melhores práticas indicariam?

P.M.G. – O equilíbrio entre estes dois elementos constitui o ponto de foco da atual Fintech. A inovação tecnológica serve para prestar mais e melhores serviços às pessoas, mas isso tem de ser realizado com a garantia total de segurança em qualquer operação. Só assim a tecnologia pode responder às necessidades inerentes a qualquer atividade, e muito mais quando se fala de pagamentos.

Nesse sentido, os produtos e serviços de pagamentos desenvolvidos pela Zarph têm na segurança das operações um ponto chave de preocupação principal na elaboração das nossas soluções, seja em módulos, terminais e quiosques de pagamentos, seja com a aplicação MB WAY ou noutras que iremos implementar.

A verdade é que a inovação tecnológica levanta novas questões de segurança. O que temos assistido desde sempre é que as novas soluções necessitam de tempo de utilização para que se possam conhecer os pontos de melhoria ao nível da segurança das operações que realizam.

Negócio Zarph

Como tem evoluído o vosso negócio?

P.M.G. – O nosso projeto continua a crescer porque pensamos e produzimos soluções práticas que melhoram, na realidade, os processos de gestão das organizações. Em 2015, o volume de negócios cresceu 200%, num total de meio milhão de euros.

Em termos de vendas, como correu o vosso negócio no ultimo ano fiscal?

P.M.G. – Em 2015, vendemos cerca de 50 equipamentos de gestão de tesouraria fora de Portugal. Existem vários géneros de equipamentos, do mais simples e cómodo que permite ao pequeno comerciante gerir e guardar o seu dinheiro em cada dia, semana, quinzena, mês, etc., até ao equipamento TD 412, implementado a nível internacional, e que permite depositar mil notas por minuto, com um cofre que permite armazenar 35 mil notas.

O maior crescimento da Zarph resulta dos projetos internacionais, com a implementação de soluções desta natureza em Espanha, Índia, Angola e outros países.

Qual o volume de negócios previsto para o atual ano fiscal?

P.M.G. – Para o corrente ano temos o objetivo de triplicar o volume de negócios e ter uma faturação de 1,5 milhões de euros, no seguimento da consolidação da nossa presença no mercado internacional, e igualmente tendo em vista a concretização em definitivo de novas parcerias no mercado português.

Como é que os valores se dividem entre as vossas diferentes áreas de atuação?

P.M.G. – Em termos gerais, divide-se em cerca de 80 % no que se refere a gestão de tesouraria e perto de 20% relativo aos pagamentos.

Com quantos clientes contam atualmente no setor financeiro?

P.M.G. – Diretamente e mais recentemente estabelecemos uma parceria com o ProCredit Bank, mas anteriormente foram feitas parcerias com o Millennium BCP, e em breve esperamos estabelecer em definitivo parcerias com outras instituições financeiras.

Apesar de tudo, a nossa ação está sempre envolvida com elementos do setor financeiro, já que, sendo um banco, uma empresa de recolha de valor ou o departamento financeiro das instituições, existe sempre esse elemento como ponto base e comum aos projetos que desenvolvemos, que engloba as nossas ações no setor financeiro.

Quais são os vossos projetos de internacionalização?

P.M.G. – A internacionalização é um dos pontos principais da ação Zarph. Temos um protocolo firmado com o ProCredit Bank que nos tem permitido colocar os nossos equipamentos em diversos países como a Bulgária, Macedónia, Moldávia, Bósnia, Equador ou Colômbia.

Realizámos igualmente implementações em Angola e em breve vamos anunciar negócios noutros países. Pelo que a par da nossa vontade de implementar as soluções em Portugal, a expansão internacional continua no nosso foco, levando assim as nossas inovações tecnológicas a mais países.

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