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Opinião

Vêm aí os pagamentos em realidade aumentada?

itpeople LuísBravoMartins

Podem os pagamentos, a cloud e a realidade virtual ser integrados? Sim. A opinião de Luís Bravo Martins, diretor de Marketing do IT People Group, que antecipa o nascimento de pop-up stores virtuais que poderão aceitar pagamentos através de gateways tradicionais ou criptomoedas.

A realidade aumentada (RA) tem como pressuposto alterar a nossa perceção do espaço. Posso hoje simular novas cores e texturas para uma parede, aprender com hologramas a história daquele local, ligar-me remotamente a um par de óculos de realidade aumentada e orientar um técnico numa intervenção. E o mesmo espaço pode ser transformado centenas de vezes, de acordo com os meus objetivos. Isso tem um valor e esse valor pode ser obtido através de um preço.

Ao adicionar elementos digitais ao contexto e sobrepô-los ao cenário real (por exemplo o jogo Pokemon GO), a Realidade Aumentada adiciona assim novos significados aos objetos e aos espaços. Para estes novos significados terem relevância, não basta que a experiência esteja bem integrada no espaço – precisa de ser visualizável por todos os utilizadores.

Dar a certeza absoluta ao utilizador de que a experiência de realidade aumentada se encontra naquele lugar especifico (e não noutro) e que esteja disponível a todos os utilizadores interessados – inclusivamente, a vários utilizadores em simultâneo, numa lógica multiplayer – esse é o principio da cloud de realidade aumentada.

A cloud de realidade aumentada abre espaço à transformação de alguns serviços financeiros, na medida em que é possível, por exemplo, a venda de experiências de Realidade Aumentada in loco, com recurso a gateways de pagamento tradicionais ou criptomoedas.

Uma solução para isto foi avançada pelo Ori Inbar, Partner da Super Ventures – uma cópia persistente em 3D de todo o mundo (sim, mesmo) que pode servir infraestruturalmente todas as apps de Realidade Aumentada e, no futuro, todos os serviços de Realidade Aumentada disponíveis através da web.

A cloud de realidade aumentada (AR Cloud) permite mapear áreas amplas (outdoor) e memorizar as interações com experiências em cada local, fazendo-se valer do poder computacional dos servidores do Google ou da Apple para poupar bateria e recursos de cada dispositivo. Conceptualmente, a AR Cloud consegue ainda registar a localização dos dispositivos dinamicamente, para depois apresentar o mapeamento do espaço e dos objetos conhecidos dentro daquele local. Ou seja, consegue colocar vários utilizadores a integragir com os mesmos elementos digitais num espaço.

No limite, a AR Cloud abre espaço à transformação de alguns serviços financeiros, na medida em que:

  1. Permite a venda de experiências de Realidade Aumentada in loco, com recurso a gateways de pagamento tradicionais ou criptomoedas;
  2. Abre espaço à criação de Pop-up stores em realidade aumentada, que podem ser abertas quando necessário e customizadas à medida de cada cliente, onde transações decorram em tempo real;
  3. Disponibiliza prestação de serviços através de gravações como guias turísticos, professores de iniciação musical ou até artistas. Estes serviços podem ser pagos diretamente nas aplicações mobile ou num sistema in-app.
  4. Serviços de venda de imobiliário digital ou de modelos 3D para Realidade Aumentada começam a aparecer, criando um mercado novo para produtos que até agora não existiam.

A AR Cloud está a começar e vai contribuir decisivamente para o aumento dos modelos de receita disponíveis. Estamos claramente a fase nascente da tecnologia – contem com muitos erros, mas decerto com muitas mais oportunidades para todos os comerciantes.

Opinião de Luís Bravo Martins, director de Marketing do IT People Group.

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